sexta-feira, 22 de junho de 2012

Onde está sua riqueza, aí estará o seu coração

Continuamos nossa reflexão sobre as bem-aventuranças. O Evangelho de hoje nos faz duas recomendações sobre como devemos nos relacionar e usar os bens materiais. 
Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Êxodo 16,4). A prova consistia na capacidade de recolher só o necessário de maná para cada dia, e não acumulá-lo para o dia seguinte. 

Hoje, nessa mesma linha, Jesus nos diz: “Não acumuleis riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam” (Mateus 6,19). 

O que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber de onde viemos, o que fazemos aqui na terra e para onde vamos. Descobrir qual o fundamento da nossa existência e, nela, colocar a nossa confiança. Se a depositarmos nos bens materiais desta terra, sempre correremos o risco de perder o que acumulamos. Porém, se eles forem depositados em Deus, ninguém vai poder destruí-los e teremos a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuímos. 

Para que isto seja possível e visível, é importante que criemos uma convivência comunitária, a qual favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não será a material, mas sim da convivência fraterna, nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é o meu Pai e de todos. E se Ele é nosso Pai, todos nós somos irmãos. 

A lâmpada do corpo são nossos olhos, pois, como disse Jesus, “os olhos são como uma luz para o corpo”. Mas para entender o que Ele nos pede é necessário ter “olhos novos”. O Senhor é exigente e nos pede para não acumularmos riquezas nem não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Estas recomendações tratam daquela parte da vida humana, na qual as pessoas têm mais angústias e preocupações. É urgente que tenhamos olhos lúcidos, porque, se eles estiverem doentes, todo nosso corpo estará também debilitado.

Na realidade, a pior doença que podemos imaginar é quando uma pessoa se fecha sobre si mesma, sobre seus bens e confia só neles. É a doença da tibieza, da mesquinhez. Quem olha a vida com esse olhar vive na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade. 

Jesus quer uma mudança radical, quer que vivamos como Deus. A imitação do Senhor nos leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, aquele que gera fraternidade verdadeira. 

“Onde está sua riqueza, aí estará o seu coração.” Onde estão as nossas riqueza? Muitas pessoas idolatram o marido, a esposa, os filhos ou parentes, colocando-os acima de Deus. Outras colocam, em primeiro lugar, o dinheiro, os bens matérias, mas relegam para o segundo – ou o último lugar – Deus e a família. Esquecem-se de que é no Senhor e no amor ao próximo que está a fonte da vida. 

Meu irmão, minha irmã, a vocês me dirijo e lhes pergunto: “Que luz vocês têm como referência? Para onde direcionam os seus olhos? Para as coisas do mundo ou para o Círio Pascal, fonte da luz sem ocaso? Ele é a luz no mundo, quem O segue não se engana nem na vida nem na morte.  

Padre Bantu Mendonça

Liturgia Diária

11ª Semana Comum
EVANGELHO
Mateus 6,19-23

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 19“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. 20Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. 21Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
22
O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é sadio, todo o teu corpo ficará iluminado. 23Se o teu olho está doente, todo o corpo ficará na escuridão. Ora, se a luz que existe em ti é escuridão, como será grande a escuridão. 

- Palavra da Salvação.  
- Glória a vós, Senhor.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Você já refletiu sobre a oração do Pai-Nosso?

A oração mais perfeita e completa que temos é o Pai-Nosso. Muitos dos nossos irmãos evangélicos criticam nosso rezar, porque dizem que este se trata de palavras repetidas, não espontâneas. No entanto, eu lhe digo, meu irmão, se você entender a oração que Cristo nos deixou, se refletir cada palavra e, principalmente, se as viver, não precisará de mais nenhuma oração. Nela, encontramos tudo o que precisamos para sermos santos.
 
“Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome”. Você já reparou que Jesus não disse “meu Pai”? Deus é Pai de todos nós e temos de ter uma consciência comunitária em nossas orações. “Que estais no céu”, em toda parte, inclusive aqui, agora. “Santificado seja o Vosso nome”, significa que não só o nome, mas também Sua realidade divina, em três Pessoas, seja adorada, glorificada, conhecida e acreditada no mundo inteiro. Para que isso aconteça, precisamos fazer a nossa parte como anunciadores da mensagem de Jesus Cristo.
 
“Venha a nós o Vosso Reino”. É importante explicar aos nossos filhos e às crianças do Catecismo o que isso significa: “venha a nós o governo de Deus”, ou seja, precisamos permitir que o Senhor governe nossa vida. A oração do Pai-Nosso está no plural, porque toda oração que rezamos não deve ser apenas pessoal, mas realizada para todos.
 
“Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu” e não a nossa vontade, não a vontade de satanás nem do assaltante ou daqueles que querem nos prejudicar. Não a vontade dos que pretendem nos afastar do caminho, da verdade e da vida. 
 
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. E amanhã, eu não vou comer? Sim, mas nós vamos rezar, agradecer e pedir novamente. Este é o procedimento, porque Deus nos aconselha a não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Por isso, vamos pedir o pão somente para hoje. Pão, aqui, não significa somente o pãozinho da padaria, mas sim o alimento, a saúde para trabalhar, o estudo que nos prepara para ganhar dinheiro, o emprego tão difícil de encontrar hoje em dia, etc.
 
“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”. Quando somos lesados, injustiçados, precisamos recorrer aos nossos direitos, porque se todo cristão ficar “bonzinho”, sem reclamar de nenhum abuso cometido pelos outros, todos vão se aproveitar de nós, fazendo-nos de bobos. No entanto, depois da tempestade vem sempre a calmaria, a paz. Fiquemos atentos, porque Jesus sempre nos orienta a fazer as pazes. 
 
“E não nos deixeis cair em tentação”, porque são muitas as seduções que nos cercam no nosso dia a dia, tentando tirar-nos a paz e a amizade com Deus.
 
“Mas livrai-nos do mal”. São tantos os males desta vida: assaltos, roubos, acidentes, tentações, etc.
 
Temos a liberdade de chamar nosso Criador de Pai, mas não somente “meu Pai”. É o nosso Pai quem nos leva à unidade com os irmãos espalhados pelo mundo, os quais também oram o Pai-Nosso. Damos ao nome de Deus o devido respeito – santificado seja Seu nome – e pedimos que Seu Reino esteja entre nós. Entregamos nossa vida a Ele, quando pedimos que seja feita Sua vontade.
 
No centro da oração, mais uma vez, tratamos o Senhor como Pai, afinal quem é o responsável pelo nosso sustento, nosso pão de cada dia, senão Ele? Mostramo-nos arrependidos quando Lhe pedimos perdão pelos nossos pecados. E assumimos nossas fraquezas quando solicitamos Sua proteção e o livramento dos males que não podemos controlar. 
 
Entretanto, pergunto-me: Será que vivemos em unidade com nossos irmãos? Será que, verdadeiramente, tratamos o nome de Deus com o devido respeito? Perdoamos aos nossos irmãos do mesmo modo que desejamos ser perdoados? Será que, muitas vezes, não facilitamos para que o mal entre em nossas vidas? 
 
“Pai, livre-me de reduzir as palavras vazias, a oração que Jesus nos ensinou. Que eu saiba encontrar o sentido do Pai-Nosso centrando minha vida na filiação divina e na fraternidade. Amém!
 
[Padre Bantu Mendonça]

Liturgia Diária

11ª Semana Comum
EVANGELHO
Mateus 6,7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus.
11
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”. 

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

EJC corre contra o tempo para a realização do IV Retiro da Juventude

Faltando 10 dias para a realização do IV Retiro da Juventude, o EJC Teixeira corre contra o tempo para deixar tudo pronto até o dia 30 de junho. Os jovens estão em concentração total, ensaios e articulações para um dos mais esperados retiros até hoje.

O Retiro, que tem como tema "Com Maria, instruído a ser Luz!" já começa com as inovações desde as inscrições, que superaram as expectativas do grupo, atingindo seu limite máximo de 150 jovens.

O IV Retiro da Juventude acontece nos dias 30/06 e 01/07 na escola José Elias de Amorim, iniciando-se no sábado as 17:30h. No entanto, o EJC alerta aos jovens que cheguem mais cedo, para não atrasar o evento.

Que o Espírito Santo de DEUS possa iluminar todas as ações do grupo, e que mais uma vez, esse retiro seja conduzido por Ele. Que Maria, uma das grande homenageadas desse retiro, abençõe a cada jovem que deu seu SIM, revivendo um momento ímpar da história de Jesus, a anunciação do Senhor.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Fomos atraídos pela misericórdia divina

Assim como numa moeda há "cara" e "coroa", em Deus estão juntas a misericórdia e a justiça. E as duas são infinitas. O Todo-poderoso não pode deixar de ser infinitamente misericordioso e também infinitamente justo. 
 
Na primeira vez, o Senhor veio como homem, usando de toda a Sua misericórdia. Estamos nos finais dos tempos, estamos no tempo da misericórdia. Deus Pai está com o coração escancarado! Na segunda vez, Ele virá com poder e glória para exercer a justiça: dar a cada um aquilo que merece por seus atos.
 
O Senhor quer trazer para Si não só você, mas toda a sua casa: é o tempo da misericórdia. Da infinita misericórdia do nosso Deus. Precisamos fazer com que todos os nossos entes queridos entrem na Arca da Salvação, mesmo aqueles que nos dão muito trabalho. Deus mesmo cuidará da conversão destes, como fez conosco. Fomos atraídos pela Sua misericórdia e foi Ele quem nos transformou.